terça-feira, 13 de abril de 2010

Títulos Públicos

Ao emitir estes títulos, o governo esta contraindo uma dívida com quem os compra. Estes títulos normalmente são comprados pelos bancos ou fundos. Ou seja, quando você aplica seu dinheiro em um fundo de renda fixa, o banco compra títulos públicos, recebe juros do governo e te repassa isso cobrando uma taxa de administração (numa visão bem simplista da coisa).

No entanto um programa do ministério da fazenda criou o Tesouro Direto, permitindo que pessoas físicas possam comprar os títulos, ou mesmo frações deles (1/5). Isso permite que mesmo o pequeno investidor compre diretamente estes títulos sem precisar de um banco para intermediar a transação e ganhar em cima disso. Claro que os bancos não vão ajudar a divulgar isso!

Para comprar estes títulos você vai precisar de uma conta em uma corretora. Na compra do título você vai pagar ao Tesouro Direto 0,4% sobre o valor investido, a título de taxa de custódia, que depois será cobrada anualmente. Alem dessa taxa, a corretora também vai te cobrar outra taxa anual de custódia para ela. Verifique isso antes de abrir a conta na corretora, pois a variação é grande e pode inviabilizar a opção. A Banif, por exemplo, não cobra essa taxa, já as corretoras de bancos como a do Itaú cobra uma taxa de 4% ao ano. Neste link vc pode consultar todas as corretoras: www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/download/ranking/ranking_taxas.pdf

Todo título tem uma data de vencimento, neste dia os recursos aplicados serão depositados em sua conta da corretora e cabe a você reaplicá-los. Mas os prazos geralmente são longos e não precisa ficar olhando sempre para isso. Os títulos podem ser vendidos antes da data de vencimento, mas as recompras feitas pelo tesouro são sempre as quartas-feiras.

Outra vantagem esta na forma de cobrança do IR. Pelos títulos terem prazos longos e esse imposto ser cobrado apenas no vencimento (ou resgate), teremos a rentabilidade esse imposto também, o que não ocorrem nos fundos, onde existe o “come-cotas”, ou no CDB, onde os vencimentos não tem prazos tão longos.

Por estas características, não recomendo esse tipo de aplicação para prazos menores que um ano.

Tipos de títulos a disposição:

LTN

São títulos pré-fixados, e a rentabilidade é definida no momento da compra. Isso significa que se a taxa de juros da economia subir você perde e se ela cair você ganha. Cuidado que estas variações na taxa de juros influenciam diretamente os valores dos títulos, podendo apresentar rentabilidades negativas, mesmo se tratando de renda fixa.

LFT

Título pós-fixado, que acompanha a taxa básica de juros (SELIC).

NTN-B

A rentabilidade é calculada pelo IPC-A (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo) mais uma taxa pré-estabelecida no momento da compra. Esse título para juros semestralmente. A idéia de quem compra esse papel é se proteger da inflação, e usar os juros antes do vencimento, como uma renda, por exemplo.

NTN-C

Tem as mesmas características do anterior, mas é reajustado pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado). Esse índice é mais volátil e é mais usado no mercado para reajustes, como o de aluguéis.

NTN-C Principal

É igual ao anterior, mas não paga juros semestralmente.

NTN-F

É igual a LTN, mas paga juros semestralmente.

Me estendi um pouco no assunto, pois considero essa uma excelente opção de investimento em renda fixa de longo prazo. Para maiores informações, procure sua corretora, ou o site do Tesouro Direto: www.tesouro.fazenda.gov.br . Se ficou alguma dúvida ou faltou alguma coisa mande um comentário.

Abraços

Claudio

Um comentário:

  1. O Tesouro direto mudou a forma de tarifar as aplicações nos títulos. Agora a gente paga apenas 0,1% na hora da aplicação e o restante (0,3%) são cobrados semestralmente, ou no resgate e é proporcional ao tempo de aplicação.

    Isso deixa esse tipo de aplicação melhor para prazos mais curtos, acredito que a partir de 3 meses já seja interessante essa opção.

    Abraços

    Claudio

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